9 de fev. de 2009

SAKURÁ - Cerejeiras no Circulo Militar de Campinas

Texto do associado Arlindo Borba de Oliveira:

"Prezados senhores componentes da Direção do CMC de Campinas, senhores e senhoras presentes.

Assumo dirigir-vos algumas breves palavras a fim de esclarecer alguns pontos referentes a esta cerimônia em homenagem ao centenário da imigração japonesa no Brasil, e que tem sido tão auspiciosa desde o início.

Preciso explicar-lhes porque me arvoro a este papel. Partiu de mim a idéia de ter no clube um recanto japonês com o seu símbolo, que é o mesmo da felicidade, os sakurás. Tão logo apresentei a D. Regina Célia Moraes Barros, esposa do Presidente Executivo do clube, foi aceita imediatamente e implementada com a idéia desta homenagem à colônia japonesa, tão oportuna.

A idéia me ocorreu porque estou muito ligado ao Japão e à sua cultura. Sou casado com uma descente “nissei” desde 1966 e temos dois filhos que só nos têm dado alegrias. A minha netinha de cinco anos é como a luz que ilumina os meus dias e a mãe dela também é “nissei”.

Além disso, quando eu, engenheiro agrônomo trabalhava na Coordenadoria de Assistência Técnica Integral – CATI da Secretaria de Agricultura de São Paulo, obtive uma bolsa de estudos de quatro meses no Japão, patrocinada pelo governo japonês através da Agência Organizacional para Cooperação Técnica – OTCA daquele país, com passagens e todas as despesas atendidas, sobejamente. Esta viagem me permitiu conhecer toda a ilha principal, onde se localiza Tóquio, a capital e onde ficava a minha sede, me fez imensamente grato àquele país. Ali fiz amizades que se arrefeceram com o tempo, mas que guardarei para sempre pelo que significaram para mim.

Isto explicado, preciso lhes dizer o porque do sakurá que ora plantamos. Normalmente é uma árvore produtora de frutos. Os Estados Unidos que representam o principal produtor mundial tem uma produção anual de aproximadamente 225.000 toneladas. Os vários países que compõem a Europa ocidental representam a segunda região produtora mundial onde são plantadas de 10 a 12 espécies, variando das mais ácidas para as mais doces.

No oriente, particularmente no Japão, as variedades têm sido selecionadas pela beleza de suas flores, e não pelos seus frutos, que a maioria não produz. O Japão tem hoje, mais de 1900 variedades disseminadas pelo mundo. São originárias do Japão as cerejeiras que dão fama e beleza à capital dos Estados Unidos, Washington D.C.

No Japão de ontem, as cerejeiras de algumas regiões montanhosas como por exemplo Yoshino, no sudeste, foram alvo de poemas e associadas à corte de três imperadores, especialmente Kusunoki Masashyse.

No Japão de hoje, famoso pela beleza dos sakurás nos jardins e parques e seus festivais que, na primavera têm, cada um, sua data marcada no calendário e, quando se reúne a respectiva comunidade, são passadas horas agradáveis de comunhão e lazer prazeiroso.

Senhoras e senhores, eu lhes prometi ser breve e não abusar de vossa paciência. Agradecendo a atenção, encerro minhas palavras. Obrigado a todos."


Foto cedida - Alguns dos diversos sócios que prestigiaram o evento.

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