29 de nov. de 2007

+ Resenha - O Conhecimento de Deus


Apreciação Crítica do Livro

1 Referência Bibliográfica:
Packer, James I. O Conhecimento de Deus, São Paulo, SP: Mundo Cristão, 1987, Terceira Edição em Português (Traduzido do original em inglês “Knowing God”, por Cleide Wolf) .

2 Apresentação do autor
JAMES I. PACKER. Graduado pela Universidade de Oxford, Dr. James I. Packer tem servido como ministro assistente na Igreja de S. João da Inglaterra, Harborne, Birmingham, é Orientador Sênior e Diretor em Tyndale Hall (seminário Anglicano no Bristol). Pregador e conferencista na Grã-bretanha e EUA contribui freqüentemente para revistas teológicas. Seus artigos incluem Fundamenta­lismo e a Palavra de Deus, Evangelismo e a Soberania de Deus, Conhecendo Deus, e Crescendo em Cristo. Atualmente é Professor de Teologia na Universidade Regente de Vancouver, Canadá.

3 Apresentação da obra
Para que fomos criados? qual deve ser o nosso objetivo de vida? O que é a vida eterna que Jesus nos dá? Qual é a melhor coisa na vida? O que o homem pode fazer para melhor agradas a Deus? Estamos neste mundo para conhecer a Deus, e necessitamos mais e mais aumentar o nosso conhecimento sobre ele.

4 Panorama da obra
Do mesmo modo como seria cruel levar um índio da Amazônia de avião até a Praça da Sé para que ele tentasse sobreviver, também seria cruel tentarmos viver neste mundo sem saber nada a respeito de Deus.
A verdadeira religião se encontra em cinco princípios fundamentais do conhecimento de Deus:
1) Deus se relaciona com o homem falando através da Bíblia;
2) Deus é Senhor, cuida da criação e governa o mundo;
3) Deus é Salvador, resgata o homem através de Seu amor ativo e soberano;
4) Deus atua de forma contínua em três pessoas, Pai, Filho e Espírito Santo;
5) O homem deve responder à Deus com confiança, obediência, fé, adoração e louvor, submissão e serviço.
Pode-se saber muito sobre Deus sem se conhecer muito d’Ele, quando estudamos teologia, falamos e pensamos sobre os temas cristãos. Podemos saber sobre piedade através da experiência dos outros.
Quando conhecemos a Deus nos tornamos corajosos e ousados aceitando riscos na nossa vida “segura e estável”. Isto inclui grande alegria n’Ele.
A vida eterna é conhecer a Deus (Jo 17:3).
O conhecimento de Deus envolve em primeiro lugar o ato de OUVIR a palavra de Deus; em segundo lugar NOTAR a natureza e o caráter de Deus revelados pela Sua palavra e obra; em terceiro, ACEITAR o convite e OBEDECER as suas ordens; reconhecer e se ALEGRAR no amor que Ele tem mostrado.
O conhecimento de Deus envolve meditação que é o ato de refletir, ou trazer à mente as coisas que se conhece sobre determinado assunto, para poder aplicá-la à própria vida.
Toda teologia especulativa com base em arrazoados filosóficos em vez da revelação bíblica, está errada (1Co 1:21).
A união da divindade e da humanidade na pessoa de Jesus resulta a mais profunda e impenetrável revelação do cristianismo. A verdadeira “pedra de tropeço” do cristianismo. Sendo Jesus o Deus encarnado torna mais surpreendente a sua morte do que a sua ressurreição. Morre o Imortal.
Ser cristão é estar adotado pelo Pai. A conseqüência disto é:
1) imitar o Pai, glorificar o Pai, aguardar o Pai (base da conduta cristã);
2) oração expontânea e pessoal, livre e ousada (base da oração);
3) não andar ansioso (base da vida de fé);
As provações íntimas servem para nos convencer de nossa própria incapacidade e assim levando-nos a agarrar-nos a Ele mais firmemente. De usa com freqüência a disciplina educativa.
Como cristão sou chamado a ser um homem manso, nem sempre lutando pelos seus direitos, mas entregando a Deus e deixar que Ele me vingue. Minha atitude deve ser a do Bom Samaritano. Devo me preocupar com os velhos, solitários e com as pessoas fora do meu círculo dos “verdadeiros crentes”.
O conhecimento de Deus envolve:
1) saber a seu respeito;
2) relacionamento pessoal;
3) fé;
4) obediência.
O conhecimento de Deus significa:
1) pedir sua misericórdia;
2) tornar-se discípulo.
Em resumo passamos a saber que, Deus nos quer como amigos.

5 Principais destaques da obra
O autor adverte: “Se procuramos obter conhecimentos teológicos como um fim em si mesmo, isso provavelmente só nos irá prejudicar, tornando-nos orgulhosos e convencidos.
O autor questiona o comportamento geral dos crentes, quando olha para trás, enfatizando a necessidade de se ter mais seriedade e direção no conhecimento de Deus. Confronta com alguns testes para julgar se conhecemos de verdade a Deus. Aqueles que conhecem a Deus:
1) tem grande força por Deus;
2) tem grandes idéias de Deus;
3) são ousados por Deus;
4) tem grande alegria n’Ele.
Destaca o caráter de envolvimento pessoal que abrange a mente, a vontade e os sentimentos. Para conhecer outra pessoa, é preciso dedicar-se a seus interesses, buscar sua companhia, enfim, envolver-se com as suas preocupações de um modo intenso.
Fala que o lado emocional do conhecimento de Deus é sempre desencorajado por medo do sentimentalismo meditativo, mas destaca a meditação racional, visto que Deus não existe para nosso “conforto” ou “felicidade”, nem para nos proporcionar “experiências religiosas” como meta principal. Sublinha o fato de pessoas que se baseiam em “experiências religiosas” mas não guardam “os seus mandamentos” (1Jo 2:4).
Critica os cristãos atuais, que esqueceram-se do verdadeiro “espírito de natal”, cuja ambição de vida é construir um belo lar criando seus filhos nos corretos moldes cristãos fazendo agradáveis amigos cristãos de classe média, e deixando que grupos de subclasses médias, cristãos e não-cristãos avancem sozinhos na vida.
Chama o cristão de hoje: O que é um cristão? Sua consciência, como a de Lutero, é cativa da palavra de Deus?
Explica a “Ira de Deus” como sendo reação contra o mal de um Ser moralmente perfeito. Esta ira não é humana, cruel, mas uma ira judicial, portanto tem o caráter do Juiz aplicando a justiça. Justiça esta conseqüência de uma escolha pessoal do homem.
Interessante a figura que o autor chama de “Teologia de Papai Noel”, sobre a bondade e severidade de Deus. No liberalismo se espalhou a crença do “bom Deus”, que levou em si mesma a semente de seu próprio colapso, pois não era possível ver a boa vontade de um Papai Noel celestial em coisas que causavam sofrimento.
Destaca a diferença entre expiação e propiciação, explicando que a última denota tudo que a expiação abrange mais a pacificação da ira de Deus.
Sobre a direção íntima do Espírito Santo chama a atenção para erros vitais quando não se utiliza a Palavra escrita. Formas de fanatismo e insensatez surgiram quando se quer adotar uma “superespiritualidade” que leva à uma confusão frenética. A maneira fundamental usada pelo nosso Criador racional para guiar criaturas racionais, é através do entendimento e aplicação racional de sua Palavra escrita.
Chama a atenção para o cristianismo ”abaixo do padrão” que gera um desenvolvimento espiritual retardado e até introspecção mórbida, histeria, perturbação mental e a perda da fé. Confunde a vida cristã na terra com a do céu, tem-se uma concepção errada da psicologia da obediência cristã: atividade impulsionada pelo Espírito e não passividade impulsionada pelo Espírito.
Adverte que nosso viver é estático e convencional, bem diferente dos cristãos no Novo Testamento, os quais não temiam pelo fracasso. Buscamos a segurança numa vida regrada e não na companhia de nosso Pai celestial.
Demonstra a diferença entre conhecer sobre Deus e conhecer a Deus. Quando se conhece verdadeiramente a Deus, se tem energia para servi-Lo, destemor para compartilhá-Lo e alegria n’Ele.

Elab. p/ J.T.Franco - Ceteg 3/Teologia Sistemática/Prof. Oadi Salum/Seminário Presbiteriano do Sul

Sinopse e Download do ebook (doc) E-books Evangélicos: O Conhecimento de Deus - J. I. Packer

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